domingo, 28 de dezembro de 2025

ELE QUER ACABAR COM A CORRUPÇÃO

 



Eu vi o vídeo daquele pastor que apareceu nas notícias por causa de dinheiro. Quando ouvi a fala, confesso que fiquei até surpresa. No vídeo, ele acusava Lula de roubo, dizia que quem rouba não fica impune, que a justiça chega para todos. Não lembro a frase exata, mas a ideia era essa: acusação forte, discurso duro, cheio de certeza.


Esse homem do vídeo é Sóstenes Cavalcante, deputado federal e líder do PL na Câmara. E enquanto ele fazia esse discurso contra Lula, o próprio nome dele já estava sendo citado em uma investigação da Polícia Federal. Houve operação autorizada pelo STF e dinheiro em espécie foi encontrado em local ligado a ele. A investigação apura possível uso irregular de verba pública do mandato.


Isso não é julgamento. É fato. Ao mesmo tempo, também é fato que ele nega qualquer irregularidade, afirma que o dinheiro tem origem legal e que não existe condenação contra ele. Investigação não é condenação, mas também não é invenção.


Do outro lado está Lula. Lula não tem um passado limpo na política brasileira. Seus governos foram marcados por grandes escândalos, investigações e condenações de aliados. Ele chegou a ser condenado e preso, depois teve essas condenações anuladas por questões do processo, não porque os fatos nunca existiram. Hoje, juridicamente, não tem condenação válida, mas o histórico continua sendo questionado por muita gente.


E é aí que entra a ironia de tudo isso. Enquanto o povo discute nos comentários, briga, se xinga e escolhe político como se fosse time de futebol, lá em cima um acusa o outro. Um acusa enquanto responde a investigação. O outro governa carregando um passado cheio de polêmicas.


A política no Brasil virou isso. Quem acusa esquece do próprio histórico. Quem defende finge que o passado não existiu. No meio disso, a verdade vai ficando escondida no meio do barulho.


A ironia não está só no discurso. Está no contraste entre o que se fala e o que já aconteceu na vida de cada um. Enquanto o povo discute nomes, poucos param para olhar o histórico completo de quem acusa e de quem é acusado.

Texto criado por 

Kelly Maria Ferreira

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