Nós olhamos para os números caindo e perguntamos: “Onde foi que erramos na estratégia?”. Mas a resposta não está na planilha, está na botina suja de quem chuta ovelhas enquanto segura o microfone.
Vivemos hoje a heresia da passividade. Criamos uma cultura eclesiástica de “pisar em ovos”, onde o medo de ofender o opressor é maior do que o zelo por proteger o oprimido. Ignoramos o elefante branco na sala — aquele líder, aquele obreiro, aquele influenciador que, visivelmente, nunca se converteu ao Evangelho da Cruz, mas que mantemos em operação por causa de dízimos, influência ou “tempo de casa”.
Em nome de uma “santa misericórdia” distorcida, profanamos o altar. Misericórdia sem verdade não é graça; é permissividade. Quando permitimos que lobos com linguagem gospel violentem a alma dos fiéis, não estamos sendo pacientes; estamos sendo cúmplices. Ovelhas estão sangrando, não pelo ataque do mundo lá fora, mas pela falta de pastoreio aqui dentro.
Ezequiel 34 grita contra nós: “A fraca não fortalecestes, a doente não curastes... mas dominais sobre elas com rigor e dureza.”
Uma igreja que tolera o intolerável em nome da “unidade” não é o Corpo de Cristo; é um clube social de feridos. Jesus não pisou em ovos quando expulsou os vendilhões do templo. Ele expôs a podridão para preservar a santidade da Casa do Pai.
Chega de chamar covardia de prudência. Enquanto não tivermos a coragem de confrontar o mal que se senta nos bancos (ou nos púlpitos) ao nosso lado, continuaremos chutando para fora aqueles por quem Cristo morreu.
A porta da saída é larga para quem foi ferido, mas a porta do arrependimento é estreita para quem fere. Quem tem ouvidos, ouça.
Lucas Bezalel

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