Especialistas acreditam em um bom ano para quem quer ingressar no serviço público, e aconselham que interessados não parem de estudar
Mariana Fernandes / Lorena Pacheco / Anna Russi*/
Uma boa notícia para quem pretende entrar para o serviço público. O Orçamento federal e os de estados e municípios preveem abertura de 30.068 vagas neste ano. E melhor, desse total, 19.810 oportunidades são para o Distrito Federal e 10.258, para União — 6.564 novas e 4.404 já existentes.
O destaque na esfera nacional certamente vai para o Judiciário, detentor de autorização para abrir a maioria das chances, 5.057. Só no Superior Tribunal de Justiça serão 670 oportunidades. O Poder Executivo ganha no quesito provimento, com 3.220 nomeações — apenas na Defensoria Pública da União devem ser criados 811 cargos. No Legislativo, entretanto, nenhuma vaga será criada. Há apenas autorização para provimento de 194 candidatos já aprovados.
Apesar de a notícia ser animadora e dar fôlego aos concurseiros para que mantenham a rotina de estudo, o que está previsto em orçamento nem sempre se concretiza. Segundo o professor Flávio Assis, que dá aulas de administração financeira e orçamentária no Gran Cursos Online, trata-se de uma autorização, que depende de adequação orçamentária.
Chances
Para o especialista, o número de chances federais é razoável para um momento em que o governo precisa conter gastos, apesar de haver bem mais cargos vagos. “A ideia do governo de reduzir o número de cargos é para ajustar a máquina pública. As pessoas pensam que têm cunho político, mas, na verdade, não é isso. Existem muito mais cargos vagos do que os autorizados pela Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), e haverá mais ainda com a reforma da Previdência.
Assis acredita que muitos servidores vão se aposentar para fugir do tempo maior de trabalho previsto pelas mudanças, e a carência de pessoal vai aumentar em 2019. “O governante que assumir terá de preencher esses cargos. Neste ano, o critério será de ajuste, mas, em 2019 e em 2020, quem assumir, com certeza, terá de preencher essas cargos, não tem como. Digo isso, tomando como base a estabilidade econômica que o país está conseguindo recuperar agora.”
A dica do professor do Gran Cursos é não desanimar, pois, se este ano não estiver tão bom, os próximos serão melhores. “Sei que é chato só estudar sem ter nada definido, mas é preciso manter o foco, os candidatos têm de estar preparados e os estudos não podem parar.”
O estudante de direito Daniel Wercerlens, 21 anos, segue o conselho à risca. Mesmo antes de se formar e sem ter uma seleção específica como meta, dedica um tempo do dia ao estudo para seleções públicas. Depois de passar seis meses acumulando aulas noturnas de um cursinho com as da faculdade e um estágio, resolveu estudar em casa. “Acho que consigo ter disciplina maior e focar no que eu preciso, além de melhorar a organização do meu tempo. Era muito puxado acumular as três atividades”, diz. O objetivo dele é, quando se formar, já ter passado em um concurso, garantindo estabilidade e remuneração.
O professor de direito constitucional do IMP Concursos Aragonê Fernandes defende que, se 2017 foi um bom ano para os concurseiros, 2018 promete mais. “Já temos vagas abertas e publicadas, como as para o Superior Tribunal Militar (STM), o Tribunal de Justiça de São Paulo e o Tribunal de Justiça de Alagoas. É preciso estudar logo e aproveitar as chances”, lembra.
Segundo Fernandes, para este ano, são esperados os concursos do Superior Tribunal de Justiça (STJ), do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), todos de abrangência nacional. Porém, o concurso público mais esperado em 2018, na opinião dele, é o do Ministério Público da União (MPU). “Esta é minha grande aposta e expectativa, já que reservaria vagas em todo o Brasil”, diz. O professor acredita que todos estados brasileiros serão contemplados com vários cargos, inclusive capitais e interior. “Além de ser nacional, no DF, é um concurso que atrai uma verdadeira multidão”, comenta.
O professor de português do GranCursos Online Elias Santana defende que o momento é de estudar, porque, se muitos acreditam que, em ano eleitoral, não são abertos muitos concursos, “não é bem assim”. “Este novo ano tem tudo para ser muito melhor que 2017. Ano eleitoral não impede bons editais. É uma oportunidade excelente para estudar e sair na frente da concorrência que está desanimada”, explica.
Para Santana, a prova de que 2018 será um ótimo ano já foi evidenciada a partir da quantidade de editais relevantes que foram publicados em dezembro de 2017. “Além do MPU, que deverá ser destaque, tudo que envolver TRT e TRE serão boas oportunidades. Fique atento”, recomenda.
Distrito Federal
Cumprida a Lei de Responsabilidade Fiscal, que limita o gasto com funcionalismo, o Governo do Distrito Federal incluiu no orçamento a abertura de diversas vagas. O professor de direito constitucional do IMP Concursos Aragonê Fernandes aposta no lançamento de concurso para a Polícia Militar, com mais de 2 mil vagas para breve. A banca organizadora já foi até escolhida, é o Instituto Americano de Desenvolvimento (Iades). A expectativa é de que saiam editais também de algumas secretarias locais e do Tribunal de Justiça do DF.
Segundo a Secretaria de Planejamento, estão previstos concursos para as carreiras de auditor tributário, de políticas públicas e gestão governamental, de técnico da Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap) neste ano e logo serão autorizados 426 cargos para assistência pública à saúde.
* Estagiária sob supervisão de Rozane Oliveira
FFonte:Correio Braziliense
Nenhum comentário:
Postar um comentário