Senador Canedo sai de um lixão para um moderno sistema de tratamento de resíduos sólidos com licenciamento ambiental até 2020 e se torna modelo para a Região Metropolitana
A cidade de Senador Canedo tem um diferencial importante na qualidade de serviços públicos em relação a outros municípios da Região Metropolitana: seu aterro sanitário é o primeiro com licenciamento ambiental. A implantação do aterro sucedeu a um vergonhoso lixão que, por muitos anos, serviu somente de depósito dos rejeitos da população canedense.
Planejado, ainda na gestão do prefeito Vanderlan Cardoso, para ser modelo e implantado já na administração de Misael Pereira o aterro é um dos melhores exemplos de manejo adequado que protege o meio ambiente e dá a destinação adequada para os rejeitos sólidos. Em pouco mais de seis meses após entrar em funcionamento a operação adequada garantiu que a Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos concedesse a licença ambiental e fosse citada como modelo para outros municípios.
“O diferencial aqui é a utilização de modernas práticas para compostagem dos resíduos e medidas acessórias que garantem a perenização do aterro por muitos anos. Essas práticas adequadas reduzem o custo operacional e aumentam a vida útil do complexo”, explica o engenheiro ambiental Jarbas Scaff, gerente operacional do aterro.
Ele conta que essas técnicas vêm sendo aprimoradas há décadas e se firmaram com os melhores manejos testados e aprovados para tratar a destinação final de resíduos sólidos. Um dos destaques desse manejo é a larga utilização de drenos para gás e chorume, que garantem a estabilidade do aterro.
Os drenos fazem escapar o gás que emana da decomposição dos resíduos e leva o chorume para lagoas de decantação. Essas lagoas são totalmente impermeabilizadas para não correr o perigo do chorume escapar para o ambiente e contaminar lençol freático ou cursos d’água, como ocorreu no aterro de Goiânia há alguns anos e o chorume escorreu para o Córrego Caveirinha.
Além disso, completa o engenheiro Jarbas, é feito um monitoramento periódico do lençol freático em poços de coleta de amostras para aferir a garantia de que nada contaminou o ambiente e são conferidas constantemente as águas superficiais nas proximidades do aterro para terem certeza de que o serviço está atendendo às exigências. “Isto é o melhor elogio que podemos receber, porque se alguma coisa estiver errada simplesmente podemos ter nossa licença de operação suspensa ou cassada”, comenta.
Classificação
No Estado de São Paulo, a Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb), atribui notas para aterros sanitários afim de atestar a qualidade do serviço desenvolvido. O aterro de Indaiatuba é citado como modelo e há quase uma década sua nota média é de 9,8 no Índice de Qualidade de Resíduos (IQR) com um máximo de 10. “Esse aterro é o sonho de qualquer prefeito ter em sua cidade, porque é econômico e eficiente, além de ser ecologicamente próximo da perfeição”, frisa Jarbas.
A Prefeitura de Senador Canedo precisava acelerar a entrada em operação do aterro sanitário, mas tinha dificuldades para contratar. A solução foi um contrato emergencial para dar uma solução que atendesse às exigências ambientais e parasse de simplesmente jogar os resíduos no lixão. Mesmo sendo um contrato emergencial houve um acompanhamento do Ministério Público para atestar a lisura no processo. Em seguida, foi possível fazer uma licitação que rendeu o contrato definitivo. Além do lixo domiciliar, a prefeitura recolhe e trata também de forma definitiva o lixo hospitalar, submetendo tudo o que é recolhido em clínicas e hospitais a uma autoclave, que esteriliza o produto e o prepara para ser descartado.
Hoje, o aterro de Senador Canedo é visitado por gestores de outros municípios para que buscam saber como fazer em suas cidades e entrar na era da modernidade previsto na Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) que decretou o fim dos lixões.
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