Postado por Moisés TavaresNo pleito de 2010, número de carreiristas do GDF e do governo federal chegou a 131 entre os 1.062 candidatos. Os objetivos são variados e vão desde a ideologia até pegar os três meses de licença remunerada a que têm direito durante o período
Os funcionários públicos são a categoria mais numerosa entre os políticos que disputaram as últimas eleições no Distrito Federal. A movimentação nos partidos indica que, este ano, o fenômeno se repetirá. As motivações que levam servidores de administrações e secretarias do GDF ou ocupantes de cargos no governo federal a se candidatarem são variadas. Há servidoras que entram na disputa apenas para completar a cota feminina das legendas. Alguns lutam pelas vagas por ideologia. Outros estão interessados apenas no afastamento remunerado de três meses. A chamada licença branca é um dos benefícios dos servidores que disputam cargos eletivos: a lei prevê o pagamento integral dos salários, mas os funcionários podem ficar longe do trabalho de julho ao início de outubro.
Entre os 1.062 políticos do DF que se candidataram a algum mandato nas eleições de 2010, 131 declararam à Justiça Eleitoral que eram servidores. Desses, 77 estavam lotados no GDF e 54 no governo federal. Mas o número de pessoas vinculadas à administração pública na disputa foi, na prática, muito maior: policiais civis, militares, bombeiros, médicos e professores, por exemplo, não entram nessa conta, já que, ao preencher a ficha de registro de candidatura, o número de profissões incluídas no cadastro é muito maior e reúne categorias específicas do funcionalismo público.
A maioria dos carreiristas do governo que concorre faz campanha de fato, mas alguns se aproveitam do registro na Justiça Eleitoral para tirar longas férias. O procurador regional eleitoral do DF, Elton Ghersel, diz que é impossível coibir os casos de candidaturas registradas por servidores intencionados em tirar a licença branca. “Se a pessoa foi escolhida em convenção pelo partido, ela tem o direito de se candidatar. O Ministério Público não pode obrigar o candidato a sair às ruas para fazer campanha. Se ele prestar contas e cumprir as regras eleitorais, estará dentro da lei”, comenta. “Esse é o preço a pagar pela democracia. Só seria possível coibir isso com mudanças na legislação”, acrescenta o procurador.
O secretário-geral do Sindicato dos Servidores Públicos do DF, Cícero Rola, rechaça a candidatura de servidores interessados apenas na licença branca. “Isso é extremamente repugnante. A candidatura é uma coisa muito séria porque abre a possibilidade de a pessoa se transformar em um representante do povo. Felizmente, sei que são casos isolados. A maioria concorre a um cargo na perspectiva de representar bem a sociedade”, afirma Cícero.
Fonte:Correio Braziliense
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