Segurança Privada
Goiás têm mais vigilantes privados do que policiais militares
Mercado movimenta cerca de R$ 3,5 bilhões no Centro-Oeste e mais de R$ 35 bilhões em todo o País. No Estado são mais de 80 empresas regulamentadas que empregam 14 mil trabalhadores, sendo que outros 22 mil estão aptos a atuar como guardas, quase o dobro do efetivo da PM
Frederico Vitor
Ao andar pelas ruas de Goiânia ou de qualquer outra capital brasileira é perceptível a crescente fortificação de residências, condomínios horizontais e verticais, comércios e prédios de empresas, que a cada dia investem pesadamente em sofisticados aparatos de segurança privada. Esse fenômeno de transformação do lar ou do local de trabalho em verdadeiros bunkers é o reflexo direto da sensação de medo e insegurança, causada pelo colapso da segurança pública, que não consegue responder à altura ao avanço da violência nos grandes centros urbanos e em cidades de médio porte.
A onda pela procura de serviços de segurança privada também remete a outra questão polêmica, que é a participação de políticos ou agentes públicos ligados à segurança pública que são donos ou sócios de empresas que prestam serviço privado nesta área. Trata-se de uma situação paradoxal, já que aqueles que deveriam trabalhar pela segurança por meio do Estado estariam se beneficiando justamente da precariedade e das falhas do sistema de segurança ofertado pelo governo, que, aliás, arrecada alto graças à pesada carga tributária imposta ao contribuinte brasileiro. A questão é um tabu e um assunto rodeado de extremo sigilo e cuidados.
Em Goiás existem 83 empresas autorizadas a prestarem serviços de segurança em seus diferentes ramos, como escolta armada, transporte de valores, segurança pessoal, segurança eletrônica, de eventos e patrimonial. De acordo com o Sindicato das Empresas de Segurança Privada, de Transporte de Valores e de Cursos de Formação do Estado de Goiás (Sindesp-GO), em todo o Estado cerca de 14 mil profissionais trabalham na área, sendo que outros 22 mil teriam certificação para atuarem.
O número dos que trabalham no setor é maior do que o efetivo total da Polícia Militar de Goiás, que hoje conta com pouco mais de 12 mil militares em suas fileiras, responsáveis pelo policiamento preventivo e ostensivo. Os profissionais que estão aptos a trabalhar como seguranças totalizam quase o dobro do quadro geral da corporação goiana.
Nas mais de 80 empresas do ramo de segurança privada que operam em Goiás, não há comprovação documental de que políticos, oficiais da Polícia Militar, Bombeiros Militar ou delegados de polícia sejam proprietários de alguma delas. Há, porém, cônjuges de agentes ligados à segurança pública que ocupam cargos de diretoria em duas empresas: Escudo Segurança e Vigilância Ltda, que tem como diretora Eunice Regina Costa Machado, mulher do delegado aposentado e deputado estadual Marcos Martins Machado (PSDB); e Diagonal Segurança e Vigilância Ltda, em que Tânia Sarah Nunes de Azevedo Romanowski, mulher do coronel reformado da PM Richard Félix Romanowski, também ocupa cargo de diretoria.
A onda pela procura de serviços de segurança privada também remete a outra questão polêmica, que é a participação de políticos ou agentes públicos ligados à segurança pública que são donos ou sócios de empresas que prestam serviço privado nesta área. Trata-se de uma situação paradoxal, já que aqueles que deveriam trabalhar pela segurança por meio do Estado estariam se beneficiando justamente da precariedade e das falhas do sistema de segurança ofertado pelo governo, que, aliás, arrecada alto graças à pesada carga tributária imposta ao contribuinte brasileiro. A questão é um tabu e um assunto rodeado de extremo sigilo e cuidados.
Em Goiás existem 83 empresas autorizadas a prestarem serviços de segurança em seus diferentes ramos, como escolta armada, transporte de valores, segurança pessoal, segurança eletrônica, de eventos e patrimonial. De acordo com o Sindicato das Empresas de Segurança Privada, de Transporte de Valores e de Cursos de Formação do Estado de Goiás (Sindesp-GO), em todo o Estado cerca de 14 mil profissionais trabalham na área, sendo que outros 22 mil teriam certificação para atuarem.
O número dos que trabalham no setor é maior do que o efetivo total da Polícia Militar de Goiás, que hoje conta com pouco mais de 12 mil militares em suas fileiras, responsáveis pelo policiamento preventivo e ostensivo. Os profissionais que estão aptos a trabalhar como seguranças totalizam quase o dobro do quadro geral da corporação goiana.
Nas mais de 80 empresas do ramo de segurança privada que operam em Goiás, não há comprovação documental de que políticos, oficiais da Polícia Militar, Bombeiros Militar ou delegados de polícia sejam proprietários de alguma delas. Há, porém, cônjuges de agentes ligados à segurança pública que ocupam cargos de diretoria em duas empresas: Escudo Segurança e Vigilância Ltda, que tem como diretora Eunice Regina Costa Machado, mulher do delegado aposentado e deputado estadual Marcos Martins Machado (PSDB); e Diagonal Segurança e Vigilância Ltda, em que Tânia Sarah Nunes de Azevedo Romanowski, mulher do coronel reformado da PM Richard Félix Romanowski, também ocupa cargo de diretoria.
Mercado em expansão
Fotos: Divulgação/Tiradentes
De acordo com a última pesquisa divulgada pela Federação Nacional das Empresas de Segurança e Transporte de Valores (Fenavist), estima-se que, atualmente, existem no Brasil mais de 2.200 empresas de segurança privada. Elas movimentaram em 2012 cerca de R$ 35 bilhões. O mercado emprega formalmente 680 mil a 700 mil trabalhadores, entre eles, 640 mil vigilantes. O número de guardas privados é superior ao efetivo ativo das três Forças Armadas — Marinha (50 mil), Exército (320 mil) e Aeronáutica (70 mil) —, demonstrando que a área vem se aproveitando das mazelas da segurança pública do País.
Do faturamento global do setor, a região Centro-Oeste obteve 9% da fatia de mercado, movimentando cerca de R$ 3,4 bilhões. Conforme dados da Polícia Federal (PF), geograficamente o mercado está concentrado nas regiões Sul e Sudeste, onde estão 63,4% e 65,5% dos trabalhadores do setor. Fora destas regiões, alguns Estados se destacam, como Bahia, Ceará, Pernambuco, Goiás e Distrito Federal, este último alavancado pelos negócios com o governo federal, forte tomador de serviços. Tradicionalmente, os maiores mercados para o setor de segurança privada no Brasil — e no mundo — são os bancos e o setor público.
A evolução do faturamento nominal do setor de segurança privada é de causar inveja em qualquer outro ramo de negócio. Em 2002, o segmento movimentou cerca de R$ 7 bilhões; no ano passado R$ 36 bilhões. Para este ano a expectativa é de R$ 40 bilhões e, para 2014, ano em que o Brasil sediará a Copa do Mundo de Futebol, evento que necessitará do reforço da segurança privada, o mercado deverá ter um faturamento estimado em R$ 45 bilhões.
De acordo com Confederação Europeia de Serviços de Segurança (CoESS), o mercado europeu composto pelos 27 países da Comunidade Europeia das Nações, movimentou em 2010 cerca de € 35 bilhões (cerca de R$ 104 bilhões. Curiosamente, Alemanha, França e Reino Unido, as maiores economias europeias, são as que mais gastam em segurança privada na região (€ 12 bilhões, juntas/ R$ 35 bilhões), seguidas pela Espanha (€ 3 bilhões/ R$ 8,9 bilhões) e Itália ( € 2,7 / 8 bilhões).
A região no mundo considerada pelo mercado como a mais promissora é a América Latina, com taxas anuais de crescimento em torno de 5% a 7% ao ano. Os principais mercados são o México, Colômbia, Argentina, além do Brasil, o maior de todos. Mas, o que proporciona tamanho crescimento para este ramo por aqui? Na realidade é a conjuntura nacional e regional — sobretudo a falência do sistema de segurança pública — que resulta no sucesso deste tipo de negócio.
As estatísticas da Secretaria de Segurança Pública e Justiça do Estado de Goiás (SSP-GO) demonstram um claro avanço de crimes que justifica a crescente demanda por segurança privada. Em Goiás, de janeiro a agosto deste ano, foram registrados 10.885 furtos a residência. No ano passado, em igual período, a taxa foi de 11.071 e em 2011 foram 10.815. Já os furtos a estabelecimentos comerciais, também de janeiro a agosto de 2013, foram registrados 5.097 em todo o Estado, sendo 4.963 no ano passado e 5.221 em 2011.
O crescimento generalizado da urbanização e do poder aquisitivo da população acarretou no aumento da demanda pelos mais variados tipos de serviços de segurança. O aumento da violência urbana, como roubo, furtos a domicílios e a empresas, e os sequestros do tipo relâmpago, também são responsáveis pela crescente procura pelo serviço. Estas mesmas razões também alavancam o aparecimento de muitas novas empresas no setor. Para se ter uma ideia, de 2004 a 2012, cerca de 900 novas empresas de segurança foram abertas em todo Brasil.
Como em quase todos os mercados do Brasil, as regiões Sudeste e Sul concentram a maior parte do empreendimentos, 43,2% e 20,2% respectivamente, cerca de 1,5 mil estabelecimentos, contra 18,8% do Nordeste (429 empresas), 10,5% do Centro-Oeste (239 empresas) e 7,4% do Norte (168 empresas). No Centro-Oeste, Goiás e Distrito Federal concentram a maior fatia dos negócios, principalmente por conta dos serviços demandados pelo governo federal.
Se há o aumento do mercado de segurança no Brasil com o elevado índice de surgimento de negócios da área, na mesma medida cresce a venda de equipamentos, tais como uniformes, coletes a prova de balas e armas de fogo, como revólver calibre 32 e 38, pistolas 380 e espingarda 12, os armamentos autorizados para as empresas de acordo com a PF.
De 1990 a 2012 há um verdadeiro cardiograma da comercialização de artefatos, com altos e baixas. Por exemplo, em 2002 cerca de 50 mil armas foram comercializadas, e em 1990 apenas 4 mil. Diferente da venda de munições, cujo gráfico cresce desde o início da década de 90. Em 1990 foram vendidas 813 mil munições de diferentes calibres e em 2012 foram adquiridos 8 milhões de projéteis pelas empresas de segurança.
Também há outro fenômeno que colabora com o aumento pela procura de proteção patrimonial particular, que é a diminuição da operação da segurança orgânica, que são os departamentos específicos para a área das empresas. Elas estão diminuindo em detrimento de prestadores de serviços especializados que terceirizam o serviço a outros estabelecimentos. O aumento da procura por organismos especializados também é motivado tanto pela busca da qualidade e eficiência quanto pelo controle que a atividade e a PF exigem.
Tendências e oportunidades
Do faturamento global do setor, a região Centro-Oeste obteve 9% da fatia de mercado, movimentando cerca de R$ 3,4 bilhões. Conforme dados da Polícia Federal (PF), geograficamente o mercado está concentrado nas regiões Sul e Sudeste, onde estão 63,4% e 65,5% dos trabalhadores do setor. Fora destas regiões, alguns Estados se destacam, como Bahia, Ceará, Pernambuco, Goiás e Distrito Federal, este último alavancado pelos negócios com o governo federal, forte tomador de serviços. Tradicionalmente, os maiores mercados para o setor de segurança privada no Brasil — e no mundo — são os bancos e o setor público.
A evolução do faturamento nominal do setor de segurança privada é de causar inveja em qualquer outro ramo de negócio. Em 2002, o segmento movimentou cerca de R$ 7 bilhões; no ano passado R$ 36 bilhões. Para este ano a expectativa é de R$ 40 bilhões e, para 2014, ano em que o Brasil sediará a Copa do Mundo de Futebol, evento que necessitará do reforço da segurança privada, o mercado deverá ter um faturamento estimado em R$ 45 bilhões.
De acordo com Confederação Europeia de Serviços de Segurança (CoESS), o mercado europeu composto pelos 27 países da Comunidade Europeia das Nações, movimentou em 2010 cerca de € 35 bilhões (cerca de R$ 104 bilhões. Curiosamente, Alemanha, França e Reino Unido, as maiores economias europeias, são as que mais gastam em segurança privada na região (€ 12 bilhões, juntas/ R$ 35 bilhões), seguidas pela Espanha (€ 3 bilhões/ R$ 8,9 bilhões) e Itália ( € 2,7 / 8 bilhões).
A região no mundo considerada pelo mercado como a mais promissora é a América Latina, com taxas anuais de crescimento em torno de 5% a 7% ao ano. Os principais mercados são o México, Colômbia, Argentina, além do Brasil, o maior de todos. Mas, o que proporciona tamanho crescimento para este ramo por aqui? Na realidade é a conjuntura nacional e regional — sobretudo a falência do sistema de segurança pública — que resulta no sucesso deste tipo de negócio.
As estatísticas da Secretaria de Segurança Pública e Justiça do Estado de Goiás (SSP-GO) demonstram um claro avanço de crimes que justifica a crescente demanda por segurança privada. Em Goiás, de janeiro a agosto deste ano, foram registrados 10.885 furtos a residência. No ano passado, em igual período, a taxa foi de 11.071 e em 2011 foram 10.815. Já os furtos a estabelecimentos comerciais, também de janeiro a agosto de 2013, foram registrados 5.097 em todo o Estado, sendo 4.963 no ano passado e 5.221 em 2011.
O crescimento generalizado da urbanização e do poder aquisitivo da população acarretou no aumento da demanda pelos mais variados tipos de serviços de segurança. O aumento da violência urbana, como roubo, furtos a domicílios e a empresas, e os sequestros do tipo relâmpago, também são responsáveis pela crescente procura pelo serviço. Estas mesmas razões também alavancam o aparecimento de muitas novas empresas no setor. Para se ter uma ideia, de 2004 a 2012, cerca de 900 novas empresas de segurança foram abertas em todo Brasil.
Como em quase todos os mercados do Brasil, as regiões Sudeste e Sul concentram a maior parte do empreendimentos, 43,2% e 20,2% respectivamente, cerca de 1,5 mil estabelecimentos, contra 18,8% do Nordeste (429 empresas), 10,5% do Centro-Oeste (239 empresas) e 7,4% do Norte (168 empresas). No Centro-Oeste, Goiás e Distrito Federal concentram a maior fatia dos negócios, principalmente por conta dos serviços demandados pelo governo federal.
Se há o aumento do mercado de segurança no Brasil com o elevado índice de surgimento de negócios da área, na mesma medida cresce a venda de equipamentos, tais como uniformes, coletes a prova de balas e armas de fogo, como revólver calibre 32 e 38, pistolas 380 e espingarda 12, os armamentos autorizados para as empresas de acordo com a PF.
De 1990 a 2012 há um verdadeiro cardiograma da comercialização de artefatos, com altos e baixas. Por exemplo, em 2002 cerca de 50 mil armas foram comercializadas, e em 1990 apenas 4 mil. Diferente da venda de munições, cujo gráfico cresce desde o início da década de 90. Em 1990 foram vendidas 813 mil munições de diferentes calibres e em 2012 foram adquiridos 8 milhões de projéteis pelas empresas de segurança.
Também há outro fenômeno que colabora com o aumento pela procura de proteção patrimonial particular, que é a diminuição da operação da segurança orgânica, que são os departamentos específicos para a área das empresas. Elas estão diminuindo em detrimento de prestadores de serviços especializados que terceirizam o serviço a outros estabelecimentos. O aumento da procura por organismos especializados também é motivado tanto pela busca da qualidade e eficiência quanto pelo controle que a atividade e a PF exigem.
Tendências e oportunidades
Fotos: Fernando Leite/ Jornal Opção
O crescimento da urbanização e, consequentemente, das periferias das grandes cidades, aliado a grande demanda pelos serviços da chamada “nova classe média brasileira”, tem levado a estas regiões novas agência bancárias, shoppings, supermercados e comércio em geral, carregando consigo seus fornecedores. Este movimento alavanca não só os serviços de segurança, mas também os de transporte de valores, incluindo a gestão de caixas eletrônicos.
Outras tendências e oportunidades também são observadas pelos empresários deste mercado bilionário, como por exemplo, a segurança eletrônica — dispositivos remotos de segurança e monitoramento —, a escolta armada — transporte de dinheiro e cargas de valores como medicamentos e eletrônicos —, segurança pessoal e a de armas não letais — comercialização de pistolas taser e similares. Outros mercados potenciais são os condomínios residenciais, shopping centers, segurança em estabelecimentos penitenciários, segurança rural e de eventos.
Ivan Hermano Filho é sócio proprietário do Grupo TecnoSeg, presidente da Associação dos Condomínios Horizontais do Brasil (ASCONH) e vice-presidente do Sindesp-GO. Sua empresa há quatro anos atua no mercado de segurança privada em Goiás, Distrito Federal, Tocantins e São Paulo. Ele emprega mais de 1,6 mil profissionais. Entre seus clientes, se destaca o serviço de segurança de condomínios horizontais de Goiânia, como o Aldeia do Vale, Alphaville, Granville e Portal do Sol, e de construtoras do porte da EBM, Opus e TCI .
A TecnoSeg atua nos quatro ramos da segurança privada em que é possível obter autorização pela PF, como a vigilância armada, transporte de valores, escolta armada e segurança pessoal. Ivan Hermano afirma que este mercado em Goiás está em pleno crescimento. Ele aponta o aumento da violência como a principal causa do “boom” deste ramo de negócio no Estado. “Assistimos as taxas de crimes baterem recorde ano após anos, naturalmente, o mercado de segurança cresce na mesma expressão.”
Para se conseguir registro para abrir uma empresa nesta área é necessário retirar o alvará de funcionamento na Polícia Federal. As atividades desse ramo de empreendimento são regulamentadas pela Lei nº 3.233/2013. O documento deve ser renovado anualmente e publicado no Diário Oficial da União pela própria polícia. Para se trabalhar como vigilante ou segurança armado é necessário fazer um curso específico em escolas autorizadas. Em Goiás existem sete cursos de formação, três deles em Goiânia. Um dos mais tradicionais, que forma a cada ano cerca de 2 mil profissionais, é o Tiradentes, localizado em Aparecida de Goiânia.
De acordo com Weslaine Alves Queiroz, diretora do Curso Tiradentes, o cidadão que queira passar por um curso de formação de vigilante deve atender aos pré-requisitos estipulados por portaria da PF, como por exemplo, ter antecedentes criminais negativos, estar em dia com a justiça eleitoral e com as obrigações militares, ter no mínimo 21 anos de idade e a quarta série do ensino primário. Primeiramente forma-se o vigilante patrimonial para depois estender para as demais áreas de atuação: transporte de valores, escolta armada, segurança vip e grandes eventos.
O curso tem duração de 21 dias e engloba avaliação psicotécnica e exames médicos, além de aulas teóricas e práticas, como noção de Direito Penal, primeiros socorros, uso proporcional da força, gerenciamento de crise, tiro prático e defesa pessoal. “A Polícia Federal exige que a cada dois anos o vigilante passe por reciclagem e os profissionais de escolta armada e segurança particular devem ter curso de extensão.”
Outras tendências e oportunidades também são observadas pelos empresários deste mercado bilionário, como por exemplo, a segurança eletrônica — dispositivos remotos de segurança e monitoramento —, a escolta armada — transporte de dinheiro e cargas de valores como medicamentos e eletrônicos —, segurança pessoal e a de armas não letais — comercialização de pistolas taser e similares. Outros mercados potenciais são os condomínios residenciais, shopping centers, segurança em estabelecimentos penitenciários, segurança rural e de eventos.
Ivan Hermano Filho é sócio proprietário do Grupo TecnoSeg, presidente da Associação dos Condomínios Horizontais do Brasil (ASCONH) e vice-presidente do Sindesp-GO. Sua empresa há quatro anos atua no mercado de segurança privada em Goiás, Distrito Federal, Tocantins e São Paulo. Ele emprega mais de 1,6 mil profissionais. Entre seus clientes, se destaca o serviço de segurança de condomínios horizontais de Goiânia, como o Aldeia do Vale, Alphaville, Granville e Portal do Sol, e de construtoras do porte da EBM, Opus e TCI .
A TecnoSeg atua nos quatro ramos da segurança privada em que é possível obter autorização pela PF, como a vigilância armada, transporte de valores, escolta armada e segurança pessoal. Ivan Hermano afirma que este mercado em Goiás está em pleno crescimento. Ele aponta o aumento da violência como a principal causa do “boom” deste ramo de negócio no Estado. “Assistimos as taxas de crimes baterem recorde ano após anos, naturalmente, o mercado de segurança cresce na mesma expressão.”
Para se conseguir registro para abrir uma empresa nesta área é necessário retirar o alvará de funcionamento na Polícia Federal. As atividades desse ramo de empreendimento são regulamentadas pela Lei nº 3.233/2013. O documento deve ser renovado anualmente e publicado no Diário Oficial da União pela própria polícia. Para se trabalhar como vigilante ou segurança armado é necessário fazer um curso específico em escolas autorizadas. Em Goiás existem sete cursos de formação, três deles em Goiânia. Um dos mais tradicionais, que forma a cada ano cerca de 2 mil profissionais, é o Tiradentes, localizado em Aparecida de Goiânia.
De acordo com Weslaine Alves Queiroz, diretora do Curso Tiradentes, o cidadão que queira passar por um curso de formação de vigilante deve atender aos pré-requisitos estipulados por portaria da PF, como por exemplo, ter antecedentes criminais negativos, estar em dia com a justiça eleitoral e com as obrigações militares, ter no mínimo 21 anos de idade e a quarta série do ensino primário. Primeiramente forma-se o vigilante patrimonial para depois estender para as demais áreas de atuação: transporte de valores, escolta armada, segurança vip e grandes eventos.
O curso tem duração de 21 dias e engloba avaliação psicotécnica e exames médicos, além de aulas teóricas e práticas, como noção de Direito Penal, primeiros socorros, uso proporcional da força, gerenciamento de crise, tiro prático e defesa pessoal. “A Polícia Federal exige que a cada dois anos o vigilante passe por reciclagem e os profissionais de escolta armada e segurança particular devem ter curso de extensão.”
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