quinta-feira, 22 de maio de 2025

INÊS RAMIREZ: A MULHER QUE FEZ UMA CESARIANA EM SI MESMA E SALVOU A VIDA DO FILHO




Em março de 2000, na isolada comunidade zapoteca de Río Talea, em Oaxaca, México, o mundo conheceu uma das histórias mais arrepiantes de coragem já registradas na medicina moderna. Seu nome? Inés Ramírez Pérez. Mãe de sete filhos. Sem médico por perto. Sem hospital. Sem ajuda. Apenas dor, desespero — e uma decisão impensável.


Após 12 horas de sofrimento intenso e sem sinais de progresso no parto, Inés percebeu que ou agia… ou morreria com o bebê. Sozinha, sentada num banco de madeira, ela bebeu álcool etílico para anestesiar a dor, pegou uma simples faca de cozinha… e fez o impossível: uma cesariana em si mesma.


Com uma incisão de cima para baixo, do estômago ao umbigo, e durante quase uma hora de cortes precisos, gritos e sangue, Inés conseguiu alcançar o útero. Tirou o próprio filho. Cortou o cordão umbilical com uma tesoura. E então desmaiou.


Quando voltou a si, com as forças que restavam, enrolou o abdômen em panos e mandou o filho de seis anos buscar socorro. Horas depois, um médico local chegou. Encontrou Inés consciente, ao lado do recém-nascido, ambos vivos. Foram levados ao hospital e sobreviveram.


Seu feito foi publicado em 2004 no International Journal of Gynecology & Obstetrics. Inés se tornou a única mulher na história conhecida por ter realizado sozinha uma cesariana bem-sucedida, salvando sua vida e a do filho.


Mais que um caso médico extraordinário, a história de Inés Ramírez é um grito por justiça. Uma mulher que teve que operar a si mesma para dar à luz — porque o sistema de saúde nunca chegou até ela. Um lembrete brutal da desigualdade que ainda marca tantas regiões do mundo.


E, acima de tudo, um testemunho eterno da força inquebrável de uma mãe.


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