domingo, 3 de agosto de 2014

Pastor Vilarindo, principal líder evangélico de Brasília, chega aos 88 anos

Familiares, amigos e fiéis revelam ter orgulho de um dos fundadores da Igreja Batista no DF, que chegou a passar fome e lutou desde cedo para estudar

Publicação: 03/08/2014

O pastor faz aniversário na próxima quarta-feira: familiares preparam grande festa (Carlos Moura/CB/D.A Press)
O pastor faz aniversário na próxima quarta-feira: familiares preparam grande festa

Uma vida dedicada à fé. Assim pode ser resumida a história do pastor Vilarindo Lima, que completa 88 anos na quarta-feira. No próximo fim de semana, parentes e amigos preparam uma grande festa para celebrar a trajetória do maior líder evangélico de Brasília e um dos fundadores da Igreja Batista na capital. No sábado, cerca de 500 pastores do Distrito Federal se reúnem para homenageá-lo em um café da manhã, com direito a muita música. No domingo, vários grupos da congregação realizam uma homenagem ao octogenário e querido religioso. Vítima de Alzheimer, Vilarindo se aposentou há seis anos e, por causa da doença, não consegue mais contar as famosas anedotas. Na memória de quem convive com ele, no entanto, cada detalhe continua vivo.

O pastor nasceu em Umbuzeiro, no interior da Paraíba. Abandonado pelos pais biológicos quando tinha seis meses, foi adotado ainda novo por uma família com mais seis filhos. Eram muitas bocas para alimentar, e Vilarindo começou a trabalhar com 9 anos. Até hoje, mesmo com Alzheimer, lembra a música que costumava entoar para vender doces na rua. “Se pedir, ele canta: ‘Olha o rolete, rolete, rolete só. Quem descascou foi minha tia, quem enfiou foi minha avó’”, conta a filha Aldenir Araújo Lima, 63 anos, referindo-se ao típico rolete de cana de açúcar. A rotina era dura, mas, segundo a familiar, Vilarindo não perdeu a esperança de crescer na vida.

No fundo, o garoto acalentava outro grande sonho: estudar. A escola da cidade onde morava, no entanto, era pequena e não tinha carteiras para todas as crianças. “Ele não desanimou, buscou um caixote de frutas na feira e pediu que o deixassem usá-lo como mesa na sala de aula”, relata o neto Ricardo Espindola, também pastor. O pai adotivo de Vilarindo, porém, não gostou da ideia de o filho indo ao colégio. “Os dois brigaram, e o pai chegou a jogar uma faca no rosto do menino. Ele tem uma cicatriz até hoje. Depois disso, ele fugiu”, acrescenta o neto. A criança passou fome na rua, até ser acolhido por uma senhora, dona de uma alfaiataria. Foi um sinal do destino. Lá, ele aprenderia a costurar finas calças e ternos, ofício que praticaria por boa parte da vida.

Fonte :Correio Braziliense

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